Descrição
Um fragmento de uma frase – “Nunca é tarde para ser” – , supostamente de autoria da novelista inglesa George Eliot, colado em um pedaço de cartolina, vai sendo levado pelo vento através das ruas de Copacabana. Cada um que o encontra (ou que é encontrado por ele) vai experimentando uma transformação causada por aquelas palavras. São personagens que, sem se conhecerem, apresentam em comum o fato de terem todos participado, de uma forma ou de outra, de uma tragédia ocorrida sete anos antes: o assassinato de um jovem dentro de um coletivo, em Botafogo. O fragmento da frase e o vento vão costurando, sutilmente, estas trajetórias, até o desfecho imprevisível e surpreendente.
Feliz daquele que percebe que tudo- sem exceção- se encontra interligado: o vento que passa de forma tão ruidosa com o silêncio pétreo das rochas, o vaivém das marés com a aparente imobilidade das estrelas, o bailado desconexo das nuvens com a procissão marcial das formigas; a queda quase incógnita de uma folha de amendoeira com a erupção de um vulcão. Tudo. Um único grão de areia não se move impunemente, palavra alguma é proferida em vão, todo e qualquer pensamento é energia lançada ao ar. Ouçamos, pois, com atenção, este vento que passa!
Sobre o autor
Possui doutorado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002) e mestrado na mesma área (1994) – Literatura Brasileira – pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Graduado e licenciado em Letras, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com vasta e diversificada experiência no magistério, desde os cursos de formação básica até os cursos de pós-graduação. Possui diversos prêmios literários e dez livros publicados.
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